A baixa incidência de chuvas em julho e os baixos níveis de ENA (Energia Natural Afluente) em quase todas as regiões do país, exceto o Sul, levaram o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) a projetar um maior uso de termelétricas nos próximos meses.
Com isso, a expectativa para setembro é de manutenção da bandeira vermelha patamar 2 ou, no melhor dos cenários, um recuo para o patamar 1, segundo análise do Grupo Bolt.
Desde abril, quando se iniciou o período seco de 2025, o sistema passou a operar sob tarifas elevadas. Em julho, a bandeira vermelha patamar 1 adicionou R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos. Em agosto, o patamar 2 foi acionado, com custo extra de R$ 7,87.
O ONS mantém uma postura conservadora, priorizando a segurança do sistema. A prorrogação, pelo MME (Ministério de Minas e Energia), da contratação de térmicas até 30 de setembro reforça essa estratégia.
O modelo do Operador já prevê níveis adequados de armazenamento, mas, diante da escassez hídrica, o despacho térmico é ampliado como medida preventiva.
“O período seco, que normalmente vai até meados de setembro (fim do inverno), pode se prolongar. Então, a expectativa é que a bandeira fique como está ou recue para a vermelha patamar 1”, afirmou Luiz Madeira, head de varejo do Grupo Bolt.
Essa definição vai depender de como os reservatórios vão se comportar nas próximas semanas, mas o modelo conservador da ONS tende a manter o despacho térmico elevado até ter segurança hídrica”, disse Madeira.
Consumidores do mercado cativo, com isso, são diretamente afetados pelas bandeiras tarifárias. Já os clientes do mercado livre e da geração distribuída têm maior proteção, segundo análise do Grupo Bolt.
No ACL (Ambiente de Contratação Livre), os contratos costumam ter preços fixos ou atrelados a fontes renováveis, sem repasse direto dos custos com térmicas.
Na geração distribuída, o consumidor reduz a dependência da rede convencional e evita os reajustes tarifários. Modelos como a energia solar por assinatura têm ganhado adesão justamente por oferecer economia frente às oscilações do sistema.
“No mercado livre, por exemplo, o consumidor escolhe seu fornecedor, negocia condições, tem previsibilidade de custos e, o mais importante: não carrega a maior parte desses encargos extras.”
“É um modelo mais transparente, eficiente e economicamente viável. Já o modelo de energia solar por assinatura tem ganhado cada vez mais adesão por oferecer inovação, liberdade de escolha e uma economia média de 20% na conta de luz, em comparação com as tarifas tradicionais”, conclui o executivo.
Por Caique Amorim – 18/08/2025
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