Com foco na comercialização de energia, a Bolt Energy inicia operações no mercado colombiano. A atuação no país começará com uma operação estruturada de compra e venda de três anos, de 25 MW médios. De acordo com o CEO do Grupo, Gustavo Ayala, a chance do contrato e o cenário externo positivo para a comercialização acabou atraindo e motivando a ida para a Colômbia. A Bolt já atua com a importação e exportação de energia elétrica para Venezuela, Uruguai e Argentina.
“O ambiente regulatório de comercialização da Colômbia é muito bom, muito avançado. Inclusive mais avançado que o Brasil. Esse foi o grande motivador”, explica.
O foco está nas operações estruturadas de baixo risco. Mas para um segundo momento, Ayala projeta estudos para que a comercializadora faça o trading puro no mercado atacadista na Colômbia. Ele quer observar a bolsa local do país vizinho mais de perto para verificar se a atuação no trade é factível. “A gente só entraria se testasse os nossos modelos de trading, quantitativos, encontrando espaço de fato”, explica.
Para ele, o ambiente de comercialização na Colômbia se mostra em tese mais seguro, já que a XM, a operadora da bolsa local, pede um aporte para qualquer tipo de operação.
Ele conta que o mercado colombiano já oferece o preço horário desde 2010. No Brasil, ele começou apenas em 2021. Os agentes ofertam preço para o próximo dia. Com isso, sai o preço da energia de cada hora do dia. Por aqui também há o preço horário, mas com um modelo matemático centralizador. Já na Colômbia, a oferta é descentralizada.
A Bolt projeta aumentar seu faturamento em 20% esse ano. O objetivo é chegar a R$ 1,5 bilhão em seis unidades de negócio.
Abertura de mercado
Com a previsão da abertura total de mercado livre de energia na modernização do setor, a Bolt iniciou conversas e pré-contratos com grandes consumidores que ainda estão na baixa tensão. Mas sem a aprovação efetiva da MP 1.300, os avanços nas negociações ficam prejudicados.
Gustavo Ayala, da Bolt, quer aumentar em 20% faturamento esse ano
De acordo com o CEO da comercializadora, a experiência exitosa com a Bow-e – o braço de geração distribuída do Grupo – será aproveitada na busca por clientes na baixa tensão. Foi necessário um tempo de aprendizado para que a vendas deslanchassem. “A habilidade de vender no varejo será importante para a abertura do mercado livre”, dispara.
O fim do desconto na venda de energia incentivada, também previsto na MP, deverá ser derrubado na avaliação de Ayala. Para ele, o que já foi feito deve ser respeitado. Do contrário, poderá vir uma nova onda de judicialização no setor. “A partir de um certo momento, você tem que parar com o subsídio, mas o investidor que contava com isso precisa ser respeitado”, afirma.
Por Pedro Aurélio Teixeira
Canal Energia – 07/07/2025